Alunos dos cursos de Jornalismo e Psicologia da UniFG discutem estratégias de superação da violência contra a mulher

“Já visitamos mais de 70 vítimas, são marias que precisam de ajuda”, disse ela

Estudantes dos cursos de Jornalismo e Psicologia realizaram na noite de segunda-feira, 19 de novembro, o diálogo “Todos Por Elas: desafios e estratégias de superação da violência contra a mulher”, no campus do Centro Universitário-UniFG.

Os alunos convidaram Drª. Deliane Martins de Carvalho, Drª. Cátia Guimarães, profª. Karla Viviane e a coordenadora da Ronda Maria da Penha, Tenente Jacimara Moura Ornelas, para discorrer sobre o assunto.

Segundo Drª. Cátia, a violência contra a mulher é um assunto muito delicado e pouco discutido. Para ela, esse tipo de violência é confundido com proteção. “Temos que denunciar esse tipo de violência, não só física, mas psicológica. A violência psicológica provoca sequelas, muitas vezes, graves”, disse ela.

Para Karla Viviane, ninguém é propriedade de ninguém. “Sou Coach e desenvolvo um trabalho para sensibilizar essas mulheres que participam da nossa Roda de Conversa, a fim de que aprendam a se valorizar, se conhecer”, comentou.

De acordo com Jacimara, Guanambi é o município com maior número de registro de violência contra a mulher na região. Ela afirmou aos alunos que, desde que a Ronda foi implantada em Guanambi, o número de casos de violência contra à mulher diminuiu. “Já visitamos mais de 70 vítimas, são Marias que precisam de ajuda”, disse ela.

A coordenadora da Ronda disse que a falta de uma delegacia especializada para atender essas vítimas tem desestimulado muitas mulheres, que acabam ‘preferindo’ o silêncio.

O projeto foi desenvolvido pelos alunos dos cursos de Jornalismo e Psicologia, visando o desenvolvimento crítico da comunidade acadêmica, colocando na pauta de debates temas sociais do cotidiano. O evento foi realizado pelas professoras Adriana Bomfim, Géssica Trevizan Pera e Valquíria Nascimento.

Para o estudante Geovane Santos, o evento abriu um espaço de interlocução entre profissionais de diferentes áreas do saber, com a participação da comunidade local.

No Brasil, o número de notificações de casos de violência contra mulheres subiu de 75 mil em 2011 para 211 mil em 2017. Os dados foram apresentados durante reunião da Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher.

Segundo a representante do Ministério da Saúde, Cheila de Lima, esses números aumentaram porque, desde 2011, existe a obrigatoriedade de notificação de violência doméstica e sexual por parte dos profissionais de saúde e de escolas públicas.

Redação www folhadovale.net

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