População debate construção de barragem de rejeitos em Guanambi
Thibes respondeu que foram apresentados cinco projetos para o INEMA-Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, que escolheu o considerado mais seguro entre todos.
A população de Guanambi, no sudoeste da Bahia, recebeu técnicos da empresa Bahia Mineração (Bamin) para debater a construção da barragem de rejeitos que será construída no leito do riacho Pedra de Ferro, na divisa dos municípios de Guanambi e Caetité, na sessão ordinária realizada na Câmara de Vereadores, na noite de segunda-feira (27).
Em pouco mais de 30 minutos foi apresentado o projeto pelo representante da Bamin Wilson Thibes, o qual explicou que essa barragem será construída no sistema jusante, um método mais eficiente e que oferece. No modelo jusante serão investidos R$ 200 milhões na construção da barragem com capacidade para 180 milhões de metros cúbicos de rejeitos, já no modelo montante, considerado menos seguro seria investido R$ 90 milhões de reais.
Questionado qual seria a diferença entre jusante e montante, Thibes respondeu que no modelo montante, a barragem vai sendo elevada na forma de degraus conforme vai aumentando o volume dos rejeitos, enquanto na jusante a barragem cresce apenas sobre ela mesma, na direção das correntes dos resíduos, o que melhora a estabilidade da estrutura.
Depois de apresentar o projeto, o empresário Evilásio Pereira Bomfim quis saber qual foi critério de escolha usado pela empresa para escolher o local, já que existiam outros quatro locais. Thibes respondeu que foram apresentados cinco projetos para o INEMA-Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, que o fato de o local escolhido ser o pior para Guanambi não é de responsabilidade da Bamin e sim do governo do Estado, uma vez que ele estabeleceu as condicionantes.
“Quando a empresa estiver em operação vai produzir 20 milhões de toneladas de mineiro de ferro por ano, colocando o estado da Bahia no terceiro maior produtor de mineiro do Brasil. Vamos ficar atrás de Minas Gerais e Pará, isso significa que vamos gerar emprego e renda”, disse Thibes.
Durante sua fala a professora Cássia Cotrim afirmou que os representantes da empresa nunca foram transparentes no processo, visando apenas o capital. Ela ainda pediu que fosse convocado plebiscito, para o povo poder escolher o que fosse melhor. Outra fala inflamada foi do radialista e ambientalista Roni santos, o qual afirmou que nenhum governo investe em sustentabilidade. “É possível produzir sem degradar o meio ambiente”, concluiu Santos.
De acordo com o presidente da Câmara Zaqueu Rodrigues da Silva, o Poder Legislativo de Guanambi não é a favor da construção da barragem de rejeitos no riacho.
Emprego
Segundo a empresa, a construção da mina e usina (Caetité) e do Porto Sul (Ilhéus), vai gerar cerca de 30 mil empregos diretos e indiretos. A operação da mina poderá gerar cerca 10 mil empregos diretos e indiretos.
Bamin
A Bamin foi criada e 2005 para a exploração da mina Pedra de Ferro com reserva estimada de 470 milhões de tonelada. Em 2011, quando a empresa trabalhava plenamente para a implantação da mina, a tonelada do minério de ferro batia a marca de 190 dólares. Naquele momento, o Brasil vivia um bom momento econômico com várias commodities em alta, proporcionando muitos investimentos. Em 2015, o preço do minério despencou para a casa dos 40 dólares e a implantação do projeto ficou mais tímido. A Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) teve o ritmo das obras reduzido e o Porto Sul não chegou a sair do papel.
Foto: Folha do Vale/Representantes da Bamin Foto: Latinha Foto: Latinha Foto: Latinha Foto: Latinha
Redação www folhadovale.net