Oito pessoas são detidas em Jaíba por fraude em processo de habilitação
Entre os envolvidos está o vereador José Aparecido Soares Nascimento (PHS). A Polícia Civil descobriu que os candidatos estavam matriculados em uma autoescola na Bahia, mas as digitais para aulas práticas e de legislação eram colhidas em uma casa, no Projeto Jaíba
Oito pessoas foram detidas por fraude em processo de habilitação durante uma operação da Polícia Civil em Jaíba, no Norte de Minas, nessa quinta-feira (1). Entre os envolvidos está o vereador José Aparecido Soares Nascimento (PHS). A Polícia Civil descobriu que os candidatos estavam matriculados em uma autoescola na Bahia, mas as digitais para aulas práticas e de legislação eram colhidas em uma casa, no Projeto Jaíba. Foram detidos sete candidatos, entre eles o parlamentar, e o dono do imóvel.
“Na casa nós apreendemos um computador e um aparelho biométrico. As pessoas não frequentavam as aulas e acreditamos que essa autoescola da Bahia oferecia alguma facilitação para a aprovação dos candidatos, já que cobrava um preço bem acima do mercado e eles ainda tinham que arcar com o custo da viagem”, explica o delegado responsável pelo caso, Ricardo Oliveira. Os candidatos relataram que o pacote cobrado pelo estabelecimento girava em torno de R$ 3 a R$ 5 mil.
A Polícia Civil recebeu denúncias anônimas e realizou a operação após monitorar o imóvel, que fica na comunidade NH2. Segundo as investigações, o proprietário da residência, de 36 anos, apenas cedia o local para a coleta das digitais e o líder da quadrilha é da Bahia.
“Ele disse que emprestou a casa para essa pessoa há 20 dias e era ela que administrava a coleta da digital. Ainda não identificamos quem seria o chefe desse esquema e será feita uma perícia no computador apreendido”, afirma o delegado.
De acordo com a polícia, a maioria dos candidatos confessou que a aprovação seria facilitada na Bahia e disse que estava com dificuldade para tirar a CNH em Minas. “O vereador disse que tinha conhecimento de que teria que ir no estado da Bahia algumas vezes, mas afirmou não saber que o processo era ilegal”.
Os candidatos foram ouvidos e liberados porque, segundo a Polícia Civil, não foram presos em flagrante. O dono da casa foi autuado por fraude em certame de interesse público, mas pagou fiança de R$ 1.500 e foi liberado. Todos os envolvidos serão indiciados pelo mesmo crime, que estabelece pena de 1 a 4 anos.
As investigações da Polícia Civil continuam e o inquérito deve ser concluído em 10 dias. As informações serão encaminhadas à polícia da Bahia para apuração da fraude.
Por telefone, o advogado do vereador, informou ao G1 que o parlamentar estava na casa apenas para fazer um treinamento que mostrava o funcionamento do sistema biométrico, mas as aulas seriam feitas em Santa Maria da Vitória (BA). Ainda segundo a defesa, se houve alguma irregularidade não era do conhecimento do vereador.
Por:G1