Justiça anula convenção do PT que lançou candidatura de Padilha
Em nota (veja abaixo), o presidente do diretório estadual do PT em São Paulo, Emídio de Souza, disse que recebeu com surpresa a decisão e que vai recorrer assim que notificado.
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realizada em São Paulo
(Foto: Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo)
A Justiça de São Paulo anulou de forma provisória a convenção do PT que apontou o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, como candidato ao governo de São Paulo nas eleições deste ano. A convenção foi realizada no dia 15 de junho e contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No ato, também foram oficializadas a candidatura de Eduardo Suplicy, na disputa ao Senado, e de deputados estaduais e federais do PT. Em nota (veja abaixo), o presidente do diretório estadual do PT em São Paulo, Emídio de Souza, disse que recebeu com surpresa a decisão e que vai recorrer assim que notificado.
A liminar foi concedida no sábado (5) pelo juiz Fernando Camargo, do Tribunal de Justiça de São Paulo. Ele atendeu um pedido do deputado estadual Luiz Moura, que é investigado pela polícia de São Paulo por suposta ligação com uma facção criminosa. A liminar concedida ao deputado determina que ele seja reintegrado ao partido e que a convenção da qual ele não pôde participar seja anulada.
Caso a liminar não seja derrubada, Padilha poderá ser impedido de participar das eleições, já que a o último dia permitido pela legislação eleitoral para a realização de convenções e escolha de candidatos foi 30 de junho.
Investigação
Em sua decisão, o juiz Fernando Camargo entendeu que os documentos juntados aos autos demonstram que Moura foi suspenso de suas atividades partidárias com base em fatos lançados pela imprensa e sem a devida apuração.
Deputado desde 2010, Luiz Moura foi encontrado, em março, por policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) participando de um encontro na Zona Leste com representantes de uma cooperativa de ônibus, um ladrão de banco e supostos integrantes da facção criminosa, que atua dentro e fora dos presídios de São Paulo.
Moura afirmou que atuava como interlocutor para impedir a paralisação de motoristas de ônibus na Zona Leste. “O que se discutia era a interlocução minha com os trabalhadores para que a gente não deixasse ter greve na Zona Leste para que a cidade não parasse da forma que parou”, afirmou.
Estudante de direito, Luiz Moura foi eleito com 104.705 votos. Ele nasceu em Batalha (AL) e diz ter base eleitoral concentrada na zona leste da Capital, principalmente em Guaianases, Cidade Tiradentes, Itaim Paulista, São Miguel Paulista e Itaquera.
Nota do PT
Veja a íntegra da nota assinada pelo presidente estadual do PT-SP, Emídio de Souza:
“O PT-SP recebeu com surpresa a notícia da decisão de um juiz de primeira instância, que suspendeu liminarmente os efeitos da decisão unânime da Executiva Estadual do Partido dos Trabalhadores de suspender o filiado Luiz Moura.
Cabe ressaltar, que a convenção estadual, assim como o pedido de registro das candidaturas majoritárias e proporcionais foram realizados observando todas as exigências legais, sendo que o CNPJ das candidaturas já foi expedido pelo TRE.
A sociedade brasileira exige que os partidos políticos ajam com rigor na escolha de seus filiados e candidatos. Em sintonia com esse sentimento, o PT empreenderá todos os esforços para fazer valer uma decisão soberana, democrática e pela ética na política.
O PT-SP irá recorrer da decisão tomada em caráter liminar e de forma monocrática tão logo seja citado, impetrará recurso competente, em plena confiança da Justiça.”
Por:G1