Após fim de rebelião presos denunciam condições precárias na cadeia de Carinhanha
Os detentos criticaram a falta de compromisso dos defensores públicos e da Assistência Social, que nunca fizeram uma visita. Os presos foram claros ao afirmam que o judiciário dever ter mais celeridade nos processos que não são analisados.

Após o fim da rebelião na cadeia pública de Carinhanha, no oeste da Bahia, que teve inicio na madrugada do último sábado, 26 de abril encerrando por volta das 12h00min,do mesmo dia, quando começaram a ter as reivindicações atendidas. Segundo os presos, eles protestavam contra a falta de água nas celas. “Ficamos três dias sem água, estávamos bebendo porque nos parentes traziam pra gente”, concluiu os presos.
Os presos ficaram o tempo todo sentados na frente da delegacia, aguardando a chegada do delegado. “Queremos só água, não vamos fugir. Se a gente quiser fugir teríamos ido de madrugada, mas não queremos isso, queremos ser tratados apenas com um pouco de decência”, contou um preso.

Durante a rebelião que durou mais de 12 horas, os presos arrancaram todas as grades e ainda fizeram buracos enormes nas paredes. Um deles citou que o objetivo não era fazer refém, já que os agentes são amigos. A cadeia aqui é tão podre que basta a gente encostar que cai, Carinhanha não tem cadeia para nos segurar. “Só estamos presos aqui ainda porque queremos pagar elo que fizemos”, concluiu um dos presos.
De acordo com os detentos, a cadeia de Carinhanha já deveria ter sido demolida a tempo. Os detentos denunciaram que o vazo sanitário deles é uma boca de cano, que quando joga a água para descer a fezes, costuma trazer de volta escorpião. Outro preso citou que eles enfrentam problemas com ratos. “Os animais entram pelos esgotos das privadas e variam de tamanhos”, disse. Os detentos dizem que o chão fica coberto de fezes e urina de ratos. Ruim para quem passa pelos corredores, nojento para os detentos que dormem no chão.
Os presos ainda relataram que a última vez que a juíza esteve na cadeia, eles pediram para cumprir as penas no presídio. Para eles, nada se compara o inferno que é a cadeia de Carinhanha,que funcionam com as prisões medievais. “Às vezes penso em cometer suicídio, nada se compara a esse chiqueiro aqui”, disse outro preso.
Os noves presos foram recambiado no começo da tarde de sábado, 26 de abril para a cadeia pública de Guanambi,até que concerte as celas da cadeia de Carinhanha
A cadeia de Carinhanha foi construída em 2002, quase 11 anos depois a estrutura da unidade prisional apresenta problemas. A tela está tão degradada que coloca em risco a segurança. A espécie de pó que se forma se acumulou tanto na base que é possível juntar com a mão. As paredes também não estão em bom estado. Forçando com a mão o preso consegue tirar partes da estrutura que às vezes é coberta com cimento, material de resistência bem menor que o concreto. A pior parte é a elétrica que deixa fios expostos nas paredes e no chão, colocando a vida dos mesmos em risco.
Os detentos criticaram a falta de compromisso dos defensores públicos e da Assistência Social, que nunca fizeram uma visita. Os presos foram claros ao afirmam que o judiciário dever ter mais celeridade nos processos que não são analisados.
Redação www folhadovale.net