Resgatados em situação de escravidão em fazenda de café em São Paulo retornam para Julião

Cada um dos resgatados recebeu R$ 3 mil como pagamento de verbas rescisórias e tiveram suas carteiras de trabalho assinadas para que possam dar entrada no pedido de seguro-desemprego

Os 28 trabalhadores baianos resgatados de situação analóga a escravo na última quinta-feira, (18) em uma fazenda de café, na cidade Itirapuã, no interior de São Paulo, retornaram no último final de semana para o distrito de Julião, em Malhada, no sudoeste da Bahia. Cada um dos resgatados recebeu R$ 3 mil como pagamento de verbas rescisórias e tiveram suas carteiras de trabalho assinadas para que possam dar entrada no pedido de seguro-desemprego. No grupo, ainda foi resgatada uma criança de 6 anos em situação de trabalho nas mesmas condições dos adultos, e recebeu R$ 2 mil de indenização trabalhista. Os trabalhadores foram trabalhar na fazenda paulista sob a promessa de receber R$ 100 por dia de trabalho. Eles trabalharam por um mês na fazenda em situação degradante, e até o dia do resgate, não haviam recebido qualquer remuneração pelo trabalho. O proprietário e o capataz, responsável aliciar os trabalhadores e por levar os empregados para o interior de São Paulo, foram presos por agentes da Polícia Federal que deram apoio à operação. O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Campinas abriu inquérito civil para apurar o caso na esfera trabalhista. Os detidos na operação deverão responder a processo na esfera criminal. A operação constatou irregularidades como dormitórios com colchões finos e velhos, camas forradas com papelão localizadas próximo a tambores plásticos de agrotóxicos, moradias em péssimo estado, sem banheiro ou instalações adequadas para o preparo de alimentos. As refeições eram preparadas em fogareiros ou fogões de tijolos improvisados e não havia água potável para consumo. Também não havia sanitários no local de trabalho.

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