Técnico advogado teria tentado intimidar policiais durante averiguação em hospital de Carinhanha

O servidor Cleidemauro conseguiu recentemente a inscrição na OAB ao concluir a graduação e ser aprovado no Exame da Ordem.

Técnico no hopsital. Foto: Reprodução Alerta Bahia

CARINHANHA — O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da cidade de Carinhanha, na região sudoeste da Bahia, deve abrir uma sindicância para apurar a conduta de um técnico de enfermagem, que advogou durante um plantão na tarde do último domingo (14), no Hospital Municipal Maria Pereira Costa (Dona Quinha).

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Cleidemauro da Conceição Silva, conhecido como Mauro, cumpria plantão no Samu quando teria se apresentado como advogado Geysson Ariel Moreira, 30 anos, conhecido como Sapão, apontado como gerente do tráfico na cidade, inclusive preso diversas vezes, durante uma averiguação da Polícia Militar (PM).

Conforme consta na ocorrência policial, os policiais da Rondesp-MO, com apoio do 4º Pelotão da 38ª CIPM foram acionados para averiguar uma situação de homens armados escoltando Sapão na unidade hospitalar. Na unidade hospitalar, os homens armados não foram encontrados, mas Sapão estava internado.

Consta na ocorrência que, quando os policiais estavam coletando dados dos abordados e testemunhas, Mauro teria chegado à unidade usando a ambulância do Samu e uniforme. O servidor conseguiu recentemente a inscrição na OAB ao concluir a graduação e ser aprovado no Exame da Ordem, por isso, pode advogar desde que não esteja no exercício da profissão de socorrista.

O técnico se apresentou como advogado da família de Sapão e teria começado a filmar a guarnição, na intenção provocativa ou incitação e fazendo Cop Baiting, uma prática que consiste em provocar a polícia do jogo para que ela inicie uma perseguição.

O comportamento causou constrangimento para policiais, funcionários do hospital e outros pacientes. Para um advogado ouvido pela reportagem, Mauro é um “advogado de primeira viagem” e, no calor da emoção, esqueceu do que aprendeu na sala de aula e colocou seu ego acima de tudo.

“Ele queria ser ouvido e pode ter cometido crime de advocacia administrativa, tipificado no artigo 321 do Código Penal brasileiro, que descreve o crime de advocacia administrativa, a um funcionário público que defender e representar, direta ou indiretamente, um interesse particular junto ao órgão da administração pública onde exerce suas funções” lembra.

Para o advogado, a pena prevista para este crime é de detenção, de um a três meses, ou multa. O advogado lembra que o problema nesse caso não é o crime, mas abrir uma representação na OAB — Ordem dos Advogados do Brasil — Subseção Guanambi.

A reportagem entrou em contato com o servidor na manhã desta quarta-feira (17), o qual respondeu ser importante ouvir os dois lados da história, entretanto, informou que se pronunciaria em outro momento.

O coordenador do Samu não foi localizado para se pronunciar, mas o espaço fica aberto para os devidos esclarecimentos.

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